domingo, dezembro 18, 2005

Mais um pouco


O dia finda
A ausência pressentida
Presença consumida
Tudo o que resta
É colher os últimos momentos
Guardá-los
Revivê-los
Interiorizá-los
Não esquecer.
Porque é que as coisas têm de ser assim?
Porque à semelhança de tantas outras
O importante é querer
Basta querer para que durem pra sempre
Em nós...
Na memória.

As mãos pressentem...



As mãos pressentem a leveza rubra do lume
Repetem gestos semelhantes a corolas de flores
Voos de pássaro ferido no marulho da alba
Ou ficam assim azuis
Queimadas pela secular idade desta luz
Encalhada como um barco nos confins do olhar

Ergues de novo as cansadas e sábias mãos
Tocas o vazio de muitos dias sem desejo e
O amargor húmido das noites e tanta ignorância
Tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva
Quase nada...


Al Berto

segunda-feira, novembro 21, 2005

Há palavras que nos beijam

"Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte."


Alexandre O'Neill

sábado, novembro 12, 2005

O AMOR

"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala, parece que mente,
Cala, parece esquecer. .
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente! .
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei de falar-lhe
Porque lhe estou a falar... "

Fernando Pessoa

quinta-feira, outubro 27, 2005

Hoje...

...estou bem. Saturada com os dias que não passam.
Como é que podemos dar tanto significado a coisas mesquinhas se, num instante, podemos partir?
Porque nos preocupamos com ideais se temos o que nos faz feliz em nosso redor?
Porque não olhamos e fazemos uma introspectiva congruente?
Porque temos de ter o que é supérfulo e em pouco nos pode induzir em auto-erro?
Serão questões a mais?
Não sei...

segunda-feira, outubro 10, 2005



Fiquei muito contentiva com o comentário proferido.
Muito mesmo!!
Apetece-me cantáré!

sexta-feira, setembro 16, 2005

Hoje

Como me sinto hoje?Fatigada! Mais uma semana de trabalho e nem sei se me apetece sair. Sair por sair, o melhor é ficar em casa. Gastar dinheiro?Beber uns copos?Conviver? Ou ficar em casa? Eis a questão...

sexta-feira, agosto 19, 2005

Eu

eu e eu...
é apenas para ver se funcemina