quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Sinto-me tão só


Sinto-me tão só...
O chilrear dos pássaros
Jáo não entoa melodias
Outrora tonais...
A Primavera floriu
Sem os tempos habituais
A colcheia não dança
Como, porventura, balançava.
Sinto-me tão só...
O vento não leva as minhas palavras
Sufoca-me, até engolir as mesmas
Asfixiam... envolvem
Sim, quero-te gritar
Mas não posso, não devo, não consigo
Sinto-me tão só...

Uma lágrima cai...


Uma lágrima jorra...
-Porque cais, lágrima?
-Apenas porque o tempo não me acompanha.
-E porque não?
-Porque tudo está a sorrir...
-Mas, lágrima, porque teimas em cair?
-Sinto saudades... algo que não consigo evitar.
-Saudade?Isso não é por momentos felizes? Então porque cais?
-Quero acompanhar o tempo, o espaço, o que vivi... Tudo e não consigo!
-Lágrima, saudade é a presença de tudo o que te marcou.
- Por isso...é a razão...derramo-me sobre o rosto marcado...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

...

Rosto nu
na luz directa.
Rosto suspenso,
despido e permeável,
Osmose lenta.
Boca entreaberta como se bebesse,
Cabeça atenta.
Rosto desfeito,
Rosto sem recusa onde nada se defende,
Rosto que se dá na duvida do pedido,
Rosto que as vozes atravessam.
Rosto derivando
lentamente,
Pressentindo que os laranjais segredam,
Rosto abandonado e transparente
Que as negras noites de amor em si recebem
Longos
raios de frio correm sobre o mar
Em silêncio ergueram-se as paisagens
E eu toco a solidão como uma pedra.
Rosto perdido
Que amargos ventos de secura em si sepultam
E que as ondas do mar puríssimas lamentam.

Sofia Breyner

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

O amor e uma cabana...

Dizem-nos Q é A Canção Final De Quem Nos Tenta Ignorar
Mas é Só Canção Final
se O Quisermos Deixar

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

O encontro/reencontro...


"Não tem importância. Foi desta maneira desde o princípio. Mais uma vez, pela milésima vez, tínhamos um encontro e desencontrámo-nos. Mais uma vez, pela milésima vez, como quando eu era pequena e esperava pela noite e pelos meus sonhos para te reencontrar, passei estas horas a ver-te e a pensar em ti. Sabes que te vi mais hoje do que em (...) anos de vida? Sabes que estive mais próxima de ti do que se estivesse ao pé de ti? Esperarei sempre por ti. É a minha maneira de te reencontrar."

in: "Rendez-Vous" , Justine Levy, difusão cultural

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Esta noite sonhei...

... e sonhei com tanta coisa. Estava algures por nenhures e apareceram-me pessoas que nunca me lembro de ter visto. Estranho, não é a primeira vez que tenho sonhos destes.
O pior é que me pareceu tão real. Como um que tive há uns anos. Ainda hoje não esqueci. Ainda estudava e, nesse dia, fiquei traumatizada.
"Estava eu numa feira temática quando me aproximei duma banca que tinha duas pessoas de etnia africana: uma mulher e um homem (este, fisicamente, tinha uma argola no lábio...). Tudo faziam para que eu comprasse algo. De repente e, saídas de uma casa com uma porta verde, luzes radiantes, de cor anil, branca e azul seduziram-me e levaram-me ao encontro daquela casa. Uma rapariga, de cabelos longos e ondulados negros, convidou-me a entrar. Assim que entro, a porta fecha-se e vem uma cadeira de ferro preto encostar-se à mesma e um quadro, com a imagem de Jesus Cristo, paira sobre a minha cabeça, tentando-me acertar. A rapariga começa a gritar e diz: "Deixa-a em PAZ!"
Neste momento, agarra-me pela mão e leva-me pra fora da casa. Senta-me nos degraus e pergunta:
- Está tudo bem contigo?
-Sim, está- respondi eu.- Mas porque é que aconteceu aquilo tudo comigo?
- Diz-me, faz-me alguma pergunta.Pensa na pessoa que mais amas.
- Será que vou ficar para sempre com ele?
- Não!"

O sonho acabou(versus pesadelo). Ainda hoje não sei que significado terá. Será que os sonhos podem interferir na nossa realidade?...

Onde?

Onde foi que te encontrei? Eu sei.
Como foi que te conheci? Também sei.
De repente o tempo parou...foi no momento em que te vi. Uma estrada cheia de luzes, carregada de emoções. Tudo reluzia: a tua cor, a tua alma, os teus olhos, a tua pele.
Segredei-te ao ouvido:"Ainda estás cá?"
Não me respondeste com as palavras que queria ouvir...Mas sim, teu olhar e a linguagem de teu corpo em tudo me seduziram.
Voltei a questionar-te:"Estás bem?" Voltaste a não me responder e fui envolvida por um forte abraço...
Sim...o gesto vale mais que mil palavras...

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Mãe


A minha Mãe faz hoje anos.
Parabéns, Mãe. Adoro-te!