quinta-feira, maio 18, 2006

Astor Piazzolla (Ausências)


Vem dar cor àquele Alentejo ao desbarato,
Àquele rio que nunca existiumas que alguém se lembrou de contar.


Vem até àquele céu que nunca acordou de tão sereno
E aquele bugalho das cinzas que nunca aqueceram de arder.


Vem para a chegada dos que partem da terra
Aquela Lua de baixa cota,tantos bolsos vazios onde adormecem folhas.


Vem pela rua calcetada de sossegos parideiros, mudos
Pais dos olhares simétricos das auroras dos dias.


Vem pelos lábios de terra batida que gozam em acolher,aquele caminho de pedras gastas de corque certo dia uma promessa levitou colorir.


Vem para a imensidão do vazio preenchido que não acorda
Daquele sono que insiste em não se mover.


Vem descobrir a indiferença que não prescreve
Aquela que por não existir, silênciosa conseque reluzirpor debaixo do manto quente do assim-assim.


Vem até ao berço dos gritos abafados pela manhã
Onde a métrica do pousio deixa esquecer que ainda respiras.

quarta-feira, maio 03, 2006

Olho-te
Recordo-te ao longe
Saudade...
Para te encontrar
Emanciparam-se decisões
Medo...Vazio... Esperança!
Desejo incerto de não te ver
Sentimento!
Desejo oblíquo encarquilhado
Numa almofada soada
Numa sinfonia harmoniosa
Cujos instrumentos
Arpejam acordes que me dilaceram
Atravessam-me como raios ardidos no tempo
Tão potentes!Tão raivosos!
Ágeis!Secos!
No entanto, tão precisos...
Rejuvenesço em pedaços
Puzzle que se alimenta
Emoções!...Sentidas, desmedidas.
Ilha...
Será que te encontrei?
Será que te reencontrei?
Será que te vou encontrar?

15/Março/2006