quinta-feira, maio 18, 2006

Astor Piazzolla (Ausências)


Vem dar cor àquele Alentejo ao desbarato,
Àquele rio que nunca existiumas que alguém se lembrou de contar.


Vem até àquele céu que nunca acordou de tão sereno
E aquele bugalho das cinzas que nunca aqueceram de arder.


Vem para a chegada dos que partem da terra
Aquela Lua de baixa cota,tantos bolsos vazios onde adormecem folhas.


Vem pela rua calcetada de sossegos parideiros, mudos
Pais dos olhares simétricos das auroras dos dias.


Vem pelos lábios de terra batida que gozam em acolher,aquele caminho de pedras gastas de corque certo dia uma promessa levitou colorir.


Vem para a imensidão do vazio preenchido que não acorda
Daquele sono que insiste em não se mover.


Vem descobrir a indiferença que não prescreve
Aquela que por não existir, silênciosa conseque reluzirpor debaixo do manto quente do assim-assim.


Vem até ao berço dos gritos abafados pela manhã
Onde a métrica do pousio deixa esquecer que ainda respiras.

1 comentário:

Anónimo disse...

best regards, nice info » » »