terça-feira, setembro 19, 2006

Fragilidade

Há dias em que o Sol não parece alcançar a Terra...dias que acordam sem brilho e, em que a chuva cai.
Há dias em que o cantar da sereia não encanta o pescador. Descontente, vai... parte.
Há dias em que o Inverno teima em ficar. Negoceio um raio de Sol. Esplendoroso, manda abater uma tempestade sinuosa em catadupla.

Há dias que desejava que fosse Primavera...

O texto seguinte encontrei hoje, ao navegar pela net, que ilustra bem o que acabei de descrever...

"Este verso, apenas um arabescoem torno do elemento essencial - inatingível.
Fogem nuvens de verão, passam ares, navios, ondas,
e teu rosto é quase um espelho onde brinca o incerto movimento,
ai! Já brincou, e tudo se fez imóvel, quantidades e quantidades
de sono se depositam sobre a terra esfacelada.
Não mais o desejo de explicar, e múltiplas palavras em feixe
subindo, e o espírito que escolhe, o olho que visita, a música
feita de depurações e depurações, a delicada modelagem
de um cristal de mil suspiros límpidos e frígidos: não mais
que um arabesco, apenas um arabesco
abraça as coisas, sem reduzi-las."
Carlos Drummond de Andrade in A rosa do Povo

1 comentário:

Etienne disse...

Aguardei... não poderia passar um mês. Um mês de ausência soa a abandono, pelos padrões que regem muito boa gente, mas que nunca nos regeu.

A escrita fascinante e a poesia choram, zuzinha ... mas que não seja por abandono. Até porque isto pode ser uma curva terna e lancinante também...

Aguardo. Aguardo-te. Sabes a razão da espera não sabes?...

Por ti.

( Continua )